Dentre as tantas inteligências emocionais que uma pessoa possui, os relacionamentos interpessoais são de maior destaque, pois é a forma como o indivíduo vive com o seu meio social, seja na família, na escola ou no trabalho. Por isso o relacionamento pessoal é um assunto que envolve comportamento, amizade, amor, compreensão e respeito.
A tendencia de cada um é tornar-se vítima de situações que acontecem diariamente, tanto na vida familiar quanto na vida social. Isso decorre do próprio ser humano. Por ser um indivíduo altamente sociável ele tem necessidade de comunicar-se, de interagir-se de maneira a conquistar seu próximo com habilidade e simpatia, gerando prazer e direcionamento da própria existência.
Porém, a interação entre pessoas deve acontecer numa relação de troca, onde as espectativas, responsabilidades e cooperação transformam-se em algo excepcional, principalmente, quando não há interesses individuais, a não ser a própria amizade. Diante dessa relação cooperativa, exige-se que as pessoas que são capazes dessa interação conjunta, sejam maduras e coerentes o suficiente para entenderem que nem sempre sua vontade prevalece. É necessário que essa busca seja satisfatória para ambas as partes, tendo o bom senso na maneira de agir com o outro.
Esse comprometimento implicará na abdicação voluntária do eu para melhor manutenção do nós. Essa abordagem é a melhor forma para o progresso da boa interação entre indivíduos, onde a troca de benefícios saudáveis para o bem-estar, resultará na boa vivencia e e na satisfação interpessoal.
Nesse encontro comunicativo com os outros, podemos descobrir quem somos, compreendendo as atitudes e os valores; isso significa viver em constante mudança.
A sociedade atual requer mais concentração no que se refere a uma vida satisfatória, no entanto, somos nós que devemos escolher o que queremos; pessoas querem ser melhores que outras e isso reflete na qualidade de vida.
É primordial o crescimento emocional em qualquer relacionamento, pois o estímulo mútuo é o que garante a amizade adequada para o sucesso do outro, sem que isto provoque inveja ao invés de satisfação.
Uma relação só se desenvolve quando a colaboração conjunta ajudam no alcance dos objetivos comuns entre ambos. Desse modo, teremos necessidade de mudar o jeito no tratamento entre pessoas, facilitando o processo de harmonia e compreensão e incentivando a boa interação.
Sabe-se que a modernidade muito contribui para a transformação das pessoas, acarretando esgotamento psicológico, físico e mental, por isso todo ser humano cometem erros e injustiças nos relacionamentos e acabam ficando frustrados, magoados e sensíveis. É importante ressaltar que o reconhecimento desses erros sustentam a base da vida familiar e social. Daí vem a necessidade do diálogo entre os componentes familiares, que é o momento da reflexão, onde podemos ver a família de forma ampla, como um sistema vivo, onde os componentes reagem e influenciam uns aos outros de forma a criar desequilíbrio emocional ou então ser alicerce para a solução dos problemas.
Os relacionamentos afetivos e amistosos alicerçam a estrutura do poder amigável, gerando alegrias, companheirismo e comprometimento. Porém, para manter um clima agradável e sem atritos, é necessário que as pessoas deixem de agir de forma individualizada e passem a interagir como uma família, promovendo relações amigáveis e fazendo com que cada um procure cooperar com o outro. Para isso no entanto, é preciso que cada um faça a sua parte, se todos não estiverem dispostos a contribuir, fica difícil manter um clima agradável e todos serão prejudicados, alguém precisa disponibilizar-se em harmonia, gerando um local compensador de convivência.
Diante de todas as situações de relacionamentos, alguns princípios essenciais para manter o bem-estar, fortalecem a boa vivencia: elogie sempre que possível, jamais critique; seja sincero e oportuno ao elogiar, sem parecer exagero; esqueça os defeitos e aponte as qualidades; evite ser simpático por interesse, exageros atrapalham a confiança; não julgue alguém sem refletir, seja justo em seus relacionamentos; nunca aproveite de alguém em benefício próprio, isso estraga qualquer amizade; mude sempre que houver necessidade; tenha coragem de reconhecer os próprios erros no tratamento entre pessoas, pois atitudes coerentes e sensatas mantem o equilíbrio emocional; faça com que seus atos sejam corretos, para o fortalecimento de relações saudáveis.
A escolha para uma boa vivencia depende do ponto de vista de cada pessoa, devemos ter o cuidado para não avançar a liberdade do outro que está ao nosso redor, não devemos invadir ou desrespeitar aquele que é parte de nós mesmos, buscar o diálogo dentro do meio familiar é essencial para a boa vivência e tranquilidade.
Existem vínculos afetivos e psicológicos que afetam a relação familiar, causando desiquilíbrio nos espaços da individualidade, isso acaba comprometendo o bom relacionamento entre as pessoas da família.
Relacionar-se em família é buscar o equilíbrio entre a ligação e a distância psicológica de todas as pessoas que fazem parte desse elo familiar. Esse equilíbrio torna-se saudável na medida em que o respeito e a autonomia sejam mantidas.
A família é um sistema constituído por etapas. Cada etapa de sua formação é um período específico que requer cuidados especiais: nascimento do filho, entrada do filho na escola e adolescência, saída dos filhos de casa para a universidade ou para constituir família, etapa da terceira idade e a morte. Quando cada etapa enfrentam problemas de relacionamentos pela falta de habilidades das pessoas , essas mudanças podem ser prejudiciais para o desenvolvimento sadio da vida familiar. Assim, várias consequências dessa falta de habilidades prejudicam essa boa vivência.
A depressão, transtornos de ajustamentos, queda no desempenho escolar, conflitos de gerações e desentendimentos conjugais dentre tantos outros problemas, provocam desarmonia e causam desequilíbrio entre a ligação e a diferenciação dos componentes familiares. Com isso é necessário a identificação das causas, para minimizar o efeito que esse fator pode gerar, assim como sensibilizar todos os envolvidos, para que eles não deixem que tal conflito prejudique o desenvolvimento das habilidades existenciais.
Essa família é uma rede de seres interligados, entrelaçados de modo que envolvem um conjunto de regras de convivência, para cada um que vive em uma casa existe um espaço que é dividido com todos os outros, na qual as regras de convivência e os acordos são muito importantes. Versam sobre relação afetiva, social, e espiritual; os pais devem ser justos, firmes, concordantes e coerentes na fixação dessas regras. Os filhos devem ser obedientes e determinados em seus direcionamentos.
Os fatores afetivos de um relacionamento saudável baseiam-se no respeito, no amor, no carinho e na compreensão. Os aspectos comportamentais incluem a colaboração, a dedicação e o companheirismo. Já os fatores cognitivos baseiam-se no diálogo, na comunicação direta e clara, na informação sincera , buscando entender o outro antes de emitir opiniões.
Os pais devem conversarem entre si sobre o funcionamento da própria família, assim como se planejam reuniões de trabalho, não devendo culpar seus filhos por tudo e sim enfrentar os problemas de relacionamentos de forma ampla. Devendo buscar acordos, impondo regras de convivência e companheirismo, visando o bom direcionamento e o bem-estar familiar.
Os filhos devem compreender as imposições feitas por seus pais e quando não estiverem satisfeitos, devem conversarem para encontrarem juntos o entendimento cabível, com sensatez e coerência.
A relação entre pais e filhos é uma questão de serenidade e respeito que se define no momento em que a imposição justa das regras são aceitas por ambas as partes. Através do diálogo pode-se buscar o desenvolvimento da autonomia sem regras.
O aprendizado da cooperação e a aceitação de companheirismo implicam partilharem responsabilidades. Sendo assim, os filhos tendem a respeitarem normas e regras sem criarem conflitos. Precisam entenderem que os pais querem apenas adequá-los ao meio social com um bom direcionamento.
Esse não é um processo simples, trata-se de uma aceitação conjunta, um fazer na cumplicidade entre o acatar e o realizar, orientado por um desejo de superação dos problemas e da transformação de condutas. O resultado desse processo dependem de ambas as partes, pais e filhos devem serem amigos para as mudanças acontecerem naturalmente. Com isso o esgotamento das capacidades psicológicas não ultrapassam seus limites, permitindo um total autocontrole.
Esses procedimentos geram atitudes coerentes para o desenvolvimento de posturas e de valores humanos. Quando se falam, por exemplo, em dignidade, em sentimento, em amor, em ódio, em conhecimento, em intelectualidade, em desejo, em indiferença, está se falando em valores do ser humano, que constituem um patrimônio subjetivo, visualizado apenas nas manifestações que cada pessoa, em determinados momentos, deixam livremente exalar de seu corpo, de seu espírito, de sua alma, mostrando-se como verdadeiramente é, desejando transparecerem para toda a sociedade.
Quando falamos em ser humano, em individualidade e em sociedade, estamos falando também em liberdade, igualdade, fraternidade e logicamente, qualidade de vida. Esses fatores em conjunto, formam um elo coerente e eficaz, para todas as pessoas comprometidas com os valores humanos e com a organização da vida social e coletiva do homem.
No entanto, é necessário que se observe, na evolução da espécie humana, não apenas a evolução objetiva da sociedade, mas, principalmente, o que o ser humano tem de essência, tornando-o a razão de sua existência , principalmente em seu espaço familiar.
Esse ambiente familiar contribui para o processo educativo e formativo dos seus integrantes. Assim, a educação nas famílias é percebida como algo natural. Porém, esse processo não se apresenta de forma sistematizada , ele gera conflitos e debates, permitindo que o indivíduo busque vários caminhos. Nesse momento, todo cuidado é pouco, os obstáculos enfrentados são delicados e exigem reflexão. A forma adequada para derrubar certos conflitos são apenas o diálogo e a sensatez, esse esforço garante a tranquilidade.
A educação familiar constitui-se em processos sociais, históricos e culturais, presentes no cotidiano de vivências e na transmissão de saberes, valores, hábitos, normas e padrões de convivência.
O grupos familiares devem estar inserido como participantes desse processo educativo, onde o desenvolvimento humano e comunitário precisam estarem presentes na escola, na família, no bairro, nas políticas públicas, nos diversos contextos e instituições sociais.
As circunstâncias que motivam a interação humana são variadas, porém, é sempre estabelecida uma relação de troca. Isso apenas acontece em relações onde não há coerência, onde há desigualdades .
Há uma palavra que determina o sucesso de qualquer relacionamento: respeito.
Em uma relação respeitosa, onde o diálogo prevalece, todos saem satisfeitos. Porém exigem pessoas maduras o suficiente para entenderem que nem sempre será feita apenas sua própria vontade, tendo que haver a busca pelo consenso.
Esse contexto serve para todos os tipos de relacionamentos, pois se no relacionamento comercial há a troca de bens, nos amorosos e amistosos há a troca de afeto, que também precisam serem bem direcionadas e respeitadas. Caso contrário, a relação não será positiva, de modo que irá de fato tornar-se uma relação cheia de conflitos e desgastante.
A interação entre pessoas é sempre delicada, porém a abordagem correta do diálogo, pode ser o ponto determinante do tipo de relação que será estabelecida. È comum nos dias de hoje encontrarem pessoas que ultrapassem os limites de seu parceiro, ao invés de trabalharem em conjunto.
É proveitoso que haja o crescimento emocional dentro do relacionamento, o amadurecimento e o estímulo mútuo são essenciais para o bem-estar de todos.
Por Eliana f. Santos
Por Eliana f. Santos